Forbidden - Parte 2








                                                                                                                                              Adetomiwa

Desde a minha adolescência que minha mãe dizia que eu tinha certa obsessão pelas coisas que eu podia ter
, mas que não devia. Por imensas vezes, até algumas que mal me lembro, já estive em maus lençóis devido a isso que ela chamava de “obsessão”, porém encontrar a arte afastou-me disso, afastou-me desse desejo que consumia-me, que deixava completamente sem controlo, que me tornava num homem estranho, em um homem que eu podia ser, mas que não devia ser.
Era proibido a ser aquele homem, era proibido a sentir certas coisas que sentia, tinha prometido a minha mãe no leito de sua morte, que eu ia ficar longe daquele homem, jamais iria quebrar uma promessa que tinha feito a minha mãe, porém era impossível cumpri-la depois de conhecer Ilka. Sem mesmo usar palavras, sem nem mesmo ela saber ela tinha dito que ninguém podia proibir-me ou mesmo impedir de ser quem eu sempre fui.
Não precisou muito para deixar esse eu “escondido” dominar, e não sei por que razão ela tornava tudo tão fácil para mim, como ela cedia, como ela não conseguia perceber o que significava o que lhe dizia. Odiava o facto de ela ser tão ingênua tão inocente, ou a sua sede de ser uma artista a cegava da mesma maneira que minha sede por ela cegava-me.
“Precisas explorar o desconhecido, precisas conhecer tudo, um pouco que for para tu estares completa como artista”

“Podemo-nos ajudar, eu preciso de uma musa para os quadros que quero pintar e tu precises alguém que te torne uma artista completa”
“As vezes é muito mais fácil pintar a essência de alguém quando não existe nada material consigo, quando ela esta do jeito que veio ao mundo, existe uma conexão maior entre a musa e o artista”
“Irei tornar-te a melhor, não somente desta Universidade, como também a melhor do Mundo, um dia as pessoas irão estudar a tua arte”
De onde vinham tais palavras? Porque tantas promessas fazia a ela? Porque eu queria sempre mais dela?
Primeiro foram as roupas, depois ela falando de si, logo a seguir a vontade imensa de vê-la todo o santo dia, e assim a incapacidade que tinha de ter minhas mãos longe de seu corpo. De estar longe dela.
Por vezes dava em mim andando pelos corredores da Universidade sem nem mesmo ter algo para fazer, espreitando as turmas que ela tinha aulas, procurando livros na biblioteca que não precisava na esperança que nos esbarrássemos, para que pudesse ver os seus olhos escondidos pela armação de seus óculos, o sorriso doce que ela tinha que fazia meu sangue ferver.
Hoje era um desses dias, que eu sabia que ela estaria na biblioteca, porém não fui capaz de segui-la no interior da biblioteca, nem muito menos mover-me do lugar que me encontrava.
Seus cabelos estavam presos como de habitual, suas jeans velhas e um enorme blusão de lã azul cobria até o meio de suas coxas. O sorriso que ela tinha, era um que não conhecia, e irritei-me, meu sangue fervia cada vez mais que o sorriso se mantinha em seus lábios. Porem não era o sorriso que perturbava-me e sim quem a tinha feito sorrir daquela maneira, e essa pessoa não era eu. Até mesmo sua expressão corporal era diferente, ela parecia diferente, ela estava exatamente do jeito que eu a queria comigo. Não queria aquele rapaz com ela, ela era minha.

Desde o primeiro dia, Ilka era incapaz de chegar a horas, porém nunca tão atrasada como ela estava dessa vez, assim como também nunca a tinha recebido depois de ter acabado uma garrafa de uísque. Tudo que conseguia pensar era na razão de seu atraso, o que aquele rapaz poderia estar a fazer com ela, com a minha musa, com a minha Ilka. Ele jamais a faria sentir do jeito que eu era capaz, nunca a tornaria completa do jeito que a podia tornar. Ele devia ser a razão por que ela nunca chegava a tempo, um paspalhão que não sabia nada.
O som da porta dos fundos ser fechada fez uma onda de controlo, de domínio tomar meu corpo. Meu pedaço de perdição estava ali, mais uma vez ela não impedia-me de ter aquilo que eu desejava ter, e que eu teria hoje, com toda a certeza.
Ela removia as roupas sem olhar para os lados, seu corpo curvilíneo, pequeno, perfeito, estava refletido em todos os espelhos, o pedaço de cetim branco, fazia o contraste perfeito com sua pele, nunca nenhum artista conseguiria expressar a sua essência numa tela melhor que eu.
Quando nossos olhos se encontraram minha sede tornou-se insaciável, não bastava tudo que ela já me dava, não bastava mais o que ela permitia, queria mais, queria muito mais dela, eu podia ter muito mais dela, ela era minha, ela só precisava saber isso.
- Solta o teu cabelo! – Inconscientemente as palavras saíram de meus lábios, e mais uma vez ela fez aquilo que mandei, sem interrogar, sem questionar.
Dei o último gole no uísque que ainda tinha no copo.
- Quero avaliar a minha musa – avisei-a, caminhando na sua direção pousando o copo em algum lugar enquanto ela virava-se questionando o meu aviso.
- Como assim?
- O próximo passo Ilka – respondi apenas com alguns centímetros de distância entre nós.
- Qual é o próximo passo Professor Edun? – Sua pele enrugou devido o meu toque, denunciando o efeito que tinha sobre ela, o que agradava-me.
- Conhecer o além – minha mão moldava-se com ainda mais perfeição em sua cintura do que nas milhares de vezes que imaginei.
- Não sei se estou preparada – não era o que eu queria ouvir, mas eu faria com que ela estivesse, eu a queria do mesmo jeito que ela queria-me, era tão simples assim.
- Confia em mim – uni nossos corpos provocando uma tontura em mim, uma grande satisfação – Além de minha musa, eu disse que te faria a melhor artista, só precisas confiar em mim – meu polegar confirmou a delicadeza de sua pele – Confias em mim, Ilka?
- Claro professor Edun – Aquilo não era o que queria ouvir, aquilo não era o que ela devia dizer.
- Confias? – Soltei o nó das fitas do roupão, vendo no seu olhar o oposto do que queria.
- Confio! – Aquela era a resposta certa, aquilo era o que queria ouvir dela, mesmo que sua voz não transmitia segurança, o contrário é o que transmitia, mas não me importava. Ela confiava em mim. Ela disse que confiava.
- Ninguém precisa saber disso! – sussurrei em seu ouvido retirando o roupão – Será o nosso segredo, você será minha e de mais ninguém.
- Não quero isso, não quero ser tua – afastei-me dela, vendo seu corpo tremer, seu perfeito corpo que tenho gravado em tela nas paredes de meu quarto, seus olhos estavam arregalados, enervando-me.
- Mas tu és! – Informei-a denunciando a raiva que continha enquanto removi as duas peças de roupa que cobriam-me – Diz-me para parar – voltei a toca-la fazendo minha mão queimar em contacto com a sua pele – Tu és tudo que eu sempre sonhei.
Virei seu corpo de modo que ela pudesse ver seu perfeito reflexo no espelho. Eu sorria com tanta perfeição que tinha no seu corpo pequeno, a cintura minúscula e seio pequeno e perfeitamente redondo. Seu corpo reagia ao meu corpo, não exatamente como queria, mas era o que tinha.
Ela tremia imenso enquanto minhas mãos percorriam todo seu corpo, parecia estar com medo, um medo que vi refletido nos espelhos, as lágrimas correndo pelo seu rosto.
Ela não me queria, ela não queria aquilo, mas ela não tinha dito para parar.
- Não irei magoar-te – avisei-a brincando com o lóbulo de sua orelha – Jamais magoar-te-ia – tentei acalma-la com tais palavras.
Um som de alívio saindo dos seus lábios fez-se ouvir pelo quarto todo, intensificando o calor que tinha sempre que a tinha naquele espaço.
Uma enorme dor surgiu em meu abdomem, no instante que a vi correr até suas coisas. Desespero, aflição estavam expressos em cada gesto que dava. Sentimentos que ela não devia sentir, ela queria-me eu sabia isso, só bastava ela saber e eu iria mostrar-lhe.
Seu corpo pequeno ficou quieto no instante que joguei contra o espelho mais próximo. Ela tinha gritado e tentado socar-me quando a toquei, impedindo-a de ir embora.
Ela queria-me! Como ela não consegue ver que quer-me? Como ela não vê isso? Os únicos gritos que ela deve dar são de prazer, o prazer que irei dar-lhe.
Louis Smith.
Louis Smith. Ela não queria ser minha por que era dele.
Não por muito tempo.
Nem mais por um segundo.


Nota da Autora

Olá!
Tudo bem? Se repararam voltei a ser Erii, acho faz mais sentido.
Acho que entendem um pouco mais o professor Edun.
Espero que tenham gostado.
Comentários Respondidos.
Beijos!
 

7 comentários:

  1. Eu li bem? Será que interpretei bem essa parte? Ele parece-me obcecado. Será isso?
    Espero pela continuação.

    Bjs :)

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    Respostas
    1. Deixo-te duas tags: http://dianaisabelpinto.blogspot.pt/2015/07/50-factos-sobre-mim-biografia-de-uma.html

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  2. Tenho a mesma opinião que a Diana. Ele parece obcecado.
    Posta logo.
    Beijos.

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  3. Faz mais sentido ser Erii. No outro blog também eras conhecida por esse nome. Mas se não gostares avisa os leitores para que nós passemos a chamar-te pelo "novo" nome.
    Que professor estranho!
    Torço para que seja o Louis a ficar com a Ilka. O professor parece um psicopata.
    Posta logo.

    Beijos :)

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  4. Estou a sentir um cheirinho de mentalmente perturbado...

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Obrigada por Comentar
XOXO.

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