Meu
mundo não era nada ao lado do seu, meu mundo não tinha nada que tivesse tanto
valor quanto o seu. No meu mundo não poderia estar sem atender o telefone por
mais de doze horas. No meu mundo milhões de dólares podiam perder-se com apenas
uma chamada não atendida. No meu mundo ninguém era de ninguém, ninguém se
importava verdadeiramente perder alguém. No meu mundo podia-se substituir tudo
até mesmo uma pessoa, tal como meu pai fazia desde que minha mãe morreu, ele substituiu-a.
No meu mundo não se podia confiar, não se podia entregar ao todo, em meu mundo
tudo era tão diferente. Mas eu não estava em meu mundo, nem no dele. Estava no
nosso mundo.
Porém
a única coisa que dura para sempre é a ideia de que “Para sempre” existe.
Quarenta
e oito horas ou mais, ou até menos, tudo que sabia sobre os dias é que não
tinha visto o sol de sábado e nem a lua de domingo, nem mesmo o que aconteceu
entre ambos dias. Se houve algum terremoto ou tsunami em alguma parte do mundo,
ou até mesmo se tinha a minha única atitude de sexta noite estampada na capa de
alguma revista, porém eu não estava nenhum pouco preocupada, nem com desastres
naturais ou paparazzi, nem muito menos se tinha a policia a minha procura
naquele momento.
Única
coisa que minha cabeça se permitia pensar era nele, no que eu senti em cada
minuto naquele quarto, em cada segundo ao seu lado e o que cada milésimo daqueles
momentos provocavam em mim.
Eu
queria o para sempre agora, eu queria exigir o para sempre, queria que o meu
pai pudesse compra-lo naquele instante para mim, seria capaz de esquecer tudo. Esqueceria
que ele impediu-me de ver minha mãe antes de morrer, que a notícia só chegou a
mim dois anos depois quando tive que presenciar seu segundo casamento. Esqueceria
dá sua desculpa que envolvia proteger-me e fazer-me mulher. Se ele me comprasse
a eternidade que seria exatamente idêntica a aquelas quarenta e oito horas.
Isso era impossível acontecer, tal como seria impossível perdoar-lhe, como
também é impossível não voltar a realidade, a realidade é que Joseph não estava
em nenhum lugar daquele quarto de hotel, nem ele e nem nada dele.
Não
havia nada, exatamente nada. Por alguma razão minha mente não ativou nada
negativo apesar da dor que sentia em meu peito enquanto vestia-me.
A
luz natural era algo que meus olhos de alguma forma tinham perdido o hábito, e
o que surgiu diante a mim assim que atravessei a porta principal do hotel
fazia-me pensar se a luz do sol não tinha danificado alguma coisa em meu cérebro.
O
seu corpo esbelto coberto por vestido azul-marinho que terminava em seus
joelhos, grudado em seu corpo, exibindo as razões porque meu pai se interessou
por ela, junto com um de seus saltos de 15 centímetros e seus cabelos loiros
oxigenados presos num coque digno de ter mão de algum cabeleireiro, estava ali
apoiado ao Mercedes preto que a levava para onde ela quisesse ir.
Não
era exatamente Amber Belle que desejava ver ali diante a mim, minha adorável madrasta
que antes era uma simples jovem que era paga para pousar nua nas minhas aulas
de arte, a mesma pintura que tinha feito dela era a razão que a tornou minha
madrasta e que se encontra agora numa imagem ampliada cobrindo uma das paredes
da mansão em que ele meu pai hoje moram.
-
O que fazes aqui?
-
Levando-te a casa – caminhou até mim – Antes que teu pai saiba onde estiveste
nos últimos dias – informou removendo os óculos escuros que cobriam seus
intensos olhos azuis – Bem que até agora não entendo como ele até agora não
ligou a polícia – disse mostrando certa confusão em seu olhar.
-
Por não ser a primeira vez, talvez – dirige-me para o interior do carro sem
importar-me se havia mais alguma coisa que ela precisava dizer.
-
Suas técnicas de desaparecimento precisam ser transmitidas – informou assim que
entrou no carro – Ter fotógrafos constantemente a minha atrás é cansativo –
revirou olhos mostrando o falso aborrecimento sobre a situação citada.
-
Como se isso verdadeiramente a incomodasse.
-
Uma coisa é precisar de ter olhos em mim para poder comer, outra é ter olhos em
mim invadindo minha privacidade – retorquiu ofendida com o meu comentário.
-
Sabias onde te estavas a meter quando aceitaste isto! – Lembrei-a – Eu disse-te
onde te estavas a meter – encarei-a.
-
Só que não acreditei, tal como tu não acreditaste no porquê que estava fazendo
isso – encarou-me de volta.
-
Nesse momento não me apetece ter uma discussão na tentativa de reconstruir uma
amizade que a tanto já se foi – informei-a.
-
Nunca será o momento para ti – afirmou.
-
Podes crer!
-
Sinto tua falta Camilla – pela milésima vez desde o casamento que oiço tais
palavras, pela milésima vez que meu coração aperta a ouvi-las e pela milésima vez
que não me permito aceitar que também sinto a dela – Queria poder simplesmente
ter-te do meu lado, conversar, ser como eramos, que me contasses sobre esses
chupões em teu pescoço – pediu.
Inconscientemente
sorri e senti minhas bochechas arderem, e os momentos naquele quarto de hotel
voltarem a minha cabeça, as suas mãos em meu corpo, os seus lábios nos meus, a
forma que seus olhos brilhavam quando sorria, de como meu coração palpitava
sempre que meu nome saia por seus lábios, e som dos gemidos dele quando o nome
dele saia pelos meus lábios. Queria poder falar do que sentia, de quão viva me
senti.
-
Oh meu Deus! Foi assim tão bom para ficares que nem um tomate – ouvi o seu tom
brincalhão penetrar meu ouvidos fazendo-me gargalhar.
-
Tu estavas certa sobre sexo – informei – Mas não havia como aquilo ter sido
sexo, era demasiado intenso, demasiado completo para ser algo tão sem valor
como sexo – conclui.
-
Ou ele é muito bom – disse com um enorme sorriso nos lábios – Preveniram-se? – Sua
voz tornou-se séria e preocupada.
Poderia
respondê-la e até queria, mas naquele exato momento a porta do seu lado abriu,
deixando-me um pouco desorientada, não sabia quando o carro parou e onde estávamos.
Onde estávamos foi fácil saber assim que vi Amber subindo o lance de escada que
dava a porta principal a mansão que chamava de lar, que estava longe de ser um,
ao menos para mim.
-
Acho melhor ir ter com seu pai – Pediu Amber tirando os ganchos de seu cabelo,
lembrando-me como ela odiava ter eles presos.
-
Não precisavas mudar tanto por isto – disse o que verdadeiramente incomodava-me
quanto a ela.
-
Eu não mudei Milla, eu continuo a tua musa desajeitada e com a gargalhada mais horrível
– justificou – Mas eu amo-o, e eu o quero, e para ser aceite no mundo dele
tinha que ser desse jeito – mostrou um sorriso fraco – Sabe que é a conversa
mais longa que tivemos desde o casamento – comentou passando os dedos nos seus
cabelos loiros.
-
Espero só não ser a última – confessei.
-
Também eu – um enorme sorriso ocupou seu rosto – Vai é ter com seu pai antes
que ele ponha o FBI a tua atrás.
-
Isso se já não o fez – resmunguei removendo os saltos enquanto caminhava para o
corredor que dava acesso ao seu posto de trabalho em casa.
Podia
pelo menos ir tomar um banho e colocar algo no estômago, aparecer diante a ele
mais apresentável, e não com roupa de três dias rasgadas, com um cabelo que a única
coisa semelhante ao pente que viu foram dedos.
Se
ele não me mataria pelo sumiço ia matar-me pela aparência de uma mendiga.
Porém
a voz que ouvi no exato momento que iria voltar para trás, precisamente para o
meu quarto, impediu-me de completar a aquela ação.
O
escritório de meu pai estava a cinco passos de distância, e como acontecia
quando era pequeno a porta dele não estava completamente fechada, o que permitia
com maior facilidade ouvir o que estava a ser dito.
Talvez
porque ele sabia que aquela hora era quase impossível eu ou Amber estarmos em
casa e se estivéssemos em casa provavelmente estaríamos em nossos respetivos
quartos para que não pudéssemos confrontar-nos, Amber não me pediria perdão e
eu não iria dizer-lhe a minha opinião sobre o matrimônio dela com meu pai.
Porem
talvez simplesmente para lembrar-me a razão como era-me difícil entender como a
minha melhor amiga tinha apaixonado-se por homem como meu pai, não que ele
fosse um velho caduco, apesar dos quase 50 anos, não parecia ter passado um dia
dos seus 35, mas sim como ela teria apaixonado-se por homem que estava naquele exato
momento entregando o que pelo que tinha ouvido meio milhão de dólares e a gerência
da sede da Belle Inc. Em Dallas por ter passado o final de semana inteiro
comigo fazendo-me interessar por homem porque já começava a desconfiar que
minha orientação sexual pudesse ser diferente.
Eu
sabia que precisava sair dali, que precisava correr para o meu quarto e mais
uma vez engolir a dor e fingir que nada tinha acontecido, que mais uma vez o
meu pai tinha arrancado algo especial de mim, sem importar-se, sem querer saber
onde eu ficarei.
Mas
não tinha forças para isso.
Não
tinha forças para nada mais do que deixar as lágrimas correrem, do que permitir
que os dois homens que saiam daquele escritório sorrindo um para o outro
felizes com o negócio que tinham encerrado, pudessem ver os danos que eles
tinham causado.
Não
era muito e nem significava nada ver o sorriso dos dois desvanecer, ambos os
rostos ficarem pálidos e os olhos dos dois perderem qualquer brilho, pelo
choque de me verem ali com a aparência ainda mais horrível do que aquela que
tinha quando entrei na mansão.
-
Camilla – meu nome saindo dos seus lábios não provocou nada em mim.
Naquele
momento percebi que aquilo não devia ter passado de uma dança ao luar, e não em
uma viagem a outro mundo, porque todos ao redor do meu mundo o querem.
Fim
Nota da Autora
Mas vale isso que morrer não
acham!?
Então como está a ser o
vosso final de semana?
Os exames?
Gostaram da Curtinha?
O quanto estão furiosas com
este final?
Bem, eu quis dizer qual era
a surpresa hoje, mas não sei se digo, vou deixar adivinharem.
Comentários Respondidos.
Beijos.
Eu nos últimos parágrafos: migodimigodimigodimigodimigodi!!!!!! O.O
ResponderEliminarGostei muito da madrasta, mas o pai dela, custava perguntar?
Não sei se já leste a história do meu blog "o que o dinheiro pode comprar" mas acontece algo mais ou menos assim, e o final também é meio wtf, o que se passa connosco?
Em geral gostei da curtinha, pouco a pouco estás a mudar a imagem que tenho de fanfics ;-)
Hahahahaha.
EliminarEla É mesmo fixe.
Li assim que vi teu comentário, e não estava realmente a espera daquele final
Ainda Bem fico Muito Feliz Por Isso
Beijos
Deixa ver se eu entendi: o Joe afinal era um interesseiro?!
ResponderEliminarGostei da curtinha mesmo assim.
Qual vai ser a próxima curtinha?
Beijos.
Joseph afinal era um homem de negócios
EliminarAinda Bem que gostou.
A Proxima será Forbidden
Não esperava esse final! Pensava que alguém morreria.
ResponderEliminarAguardo pela próxima curtinha :)
Bjs :)
Quê isso Di, quer matar alguém ? Lol
EliminarJá já terá a próxima
Beijos
Não fiquei chateada. Até gostei do final. Só tive pena da Camilla e queria ver Joemilla no final.
ResponderEliminarPosta logo.
Beijos.
Ufa! Pensei que ficaria. Fico feliz que tenha gostado. Também fiquei com pena dela.
EliminarIrei sim
Beijos
Desculpa, não consegui comentar no capítulo anterior. Ainda estou com exames.
ResponderEliminarNunca pensei que o final fosse assim. Fui trouxa achando que ia ter um casal bonitinho como Joemilla. Mas gostei da curtinha :)
A próxima vai ser com que artista?
Beijos :)